sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A MAÇONARIA
Por

Euclydes L. de Almeida


Origens




A história da “Ordem dos Pedreiros Livres” teve início, assim é dito, com as lutas pela emancipação do espírito humano. Alguns pesquisadores lhe dão uma origem bastante antiga. Não discordo deles em certo sentido. A Essência Maçônica, é verdade, vem de obscuras eras. Mas, como infelizmente não temos quaisquer tipos de provas para a afirmativa, nos limitamos somente à História, até onde exista uma documentação comprobatória.
Também é dito, e com bastante ênfase, não existir pessoas que mais venerem a Verdade do que os mações [1]. No entanto, fico imensamente admirado em verificar como a grande maioria deles paga serviço com seus lábios à certas crendices, como por exemplo, afirmar publicamente que a Ordem a que pertencem, tal como a conhecemos atualmente, existe há mais de 5.000 anos. Ridículo! Esta pretensão sobre a antiguidade da ordem é, diga-se de passagem, sem base alguma, a não ser aquela das lendas tão comuns nos meios maçônicos.
Alguns afirmam que as origens da Ordem estariam nos Templários; outros, nos Gnósticos, e outros mais, na sabedoria de Salomão. Muitos a querem remontar aos Mistérios Egípcios, ou àqueles da Índia. Existem correntes afirmando terem sido encontrados ‘documentos autênticos” provando que Noé teria uma “loja” em sua Arca... é muita besteira junta.
Tais afirmativas somente servem para desmoralização da ordem, demonstrando a mais pura tapeação, ou a total (o que não acredito ser possível) ignorância dos atuais mações quanto à real origem da Ordem. Não posso, por mais que me constranja dize-lo, deixar passar em branco ridículas invencionices (criadas para atrair os tolos), sem me tornar cúmplice do fatal erro de perspectiva histórica, sempre cometida pela grande maioria das “ordens”, ditas iniciáticas, existentes em nosso meio. Afinal, a “história” dessas “ordens” sempre permanece circunscrita às fontes (“secretas”) informativas dos próprios movimentos gerativos das mesmas, que a alteram segundo suas conveniências imediatas. Isto, atualmente, não acontece somente com “ordens osirianas”, como a Maçonaria, mas já o observamos em certos “círculos thelemicos”, o que é uma lástima.
Eu digo: não existem quaisquer registros fidedignos, cronológicos, ou mesmo sistemáticos, nos anais da História, para que se lhes possa dar validade que protestam possuir. Muitas dessas descabidas afirmativas têm como fito único atribuir uma origem fantástica, remota, divina, ou a mais misteriosa possível, no sentido de comover as pessoas, impressionando-as e lhes acenando com a promessa de segredos e mistérios os quais, na realidade, não existem. Infelizmente, certos mações poluíram a Ordem com estas fábulas: sempre uma origem difícil de ser verificada, como também insinuações de se encontrarem “amparadas” por “mestres” ou “seres fabulosos”. E, acima de tudo, vemos mações e altos membros de outras ordens congêneres se locupletando com inverdades, esquecidos que a maçonaria foi criada exatamente para terminar com a Mentira e afirmar os princípios básicos da Ciência Real.
Como deve ser do conhecimento de todos, o termo Mação deriva-se do Francês, significando PEDREIRO [2]: e que na Idade Média haviam várias Corporações de Ofício, verdadeiros Sindicatos da época: e entre estas Corporações destacava-se a dos Pedreiros pelo simples fato de que seus membros ( os mações) podiam se locomover livremente pelo território europeu, sem que os senhores feudais ou as autoridades eclesiásticas os impedissem. Disto o título de Pedreiros Livres (em Francês, LIVRE MASON).
Tal liberdade de movimento tendo sido permitida pelo simples fato e único motivo de que tanto os senhores feudais quanto a Igreja necessitavam dos serviços dos pedreiros – pois naquela época havia uma grande febre de construir-se catedrais e castelos; as primeiras para impressionar psicológicamente, com suas grandiosidades, o piedoso espírito das populações, e os últimos para defenderem as classes abastadas desta mesma população. Muito irônico...
Resumindo: a tal “liberdade maçônica” estava suportada pela pura conveniência dos interêsses das classes dominantes. Como podemos ver, tudo simples motivação político-financeira.
Da mesma forma, como em todas as outras Corporações (joalheiros, tecelões, armeiros, etc.), a Maçonaria, isto é, a Corporação dos Pedreiros Livres, possuía segredos de ofício, que eram transmitidos à seus membros gradativamente (de Mestres a Aprendizes) -- segredos de operações manuais, habilidades e artes da construção, Geometria, Matemática, etc. Não havia, portanto, qualquer segredo ou mistério de características místicas ou espirituais – todos os segredos maçônicos da época ligavam-se à Arte da Construção. É disto que temos conhecimento histórico.
Em virtude das transformações econômicas e sociais ao final da Idade Média (a destruição de uma época para a construção de outra mais evoluída), ou melhor dito, transformações que provocaram o fim da Idade Média, a maçonaria, como a maioria das Corporações, perdeu a principal razão de existir e, para sobreviver aos novos tempos, passou a admitir membros honorários (e contribuintes), chamados, em Inglês, ACCEPTED MASONS, ou seja MAÇÕES ACEITOS, em oposição aos Pedreiros Profissionais, chamados OPERATIVE MASONS (MAÇÕES OPERATIVOS).
Em outubro de 1646, Elias Ashmole, um judeu ligado aos Rosa Cruzes, compõe o Grau do Aprendiz e faz a fusão do Rosacrucionismo [3] e da Corporação dos Pedreiros Livres. Isto porque os Adeptos Rosa Cruzes necessitavam de um refúgio seguro contra as perseguições políticas e religiosas, principalmente pela Igreja de Roma e suas filiais.
A Maçonaria apresentava-se, na época, como uma ideal organização para este refúgio, principalmente pela vantagem de que seus membros podiam circular livremente pelo território europeu.
A Iniciação do Grau do Aprendiz, composto por Elias Ashmole, representa, dramaticamente o nascimento do “Deus da Natureza”, a primeira manifestação contrária aos princípios da Igreja de Roma.
Em 1648, Elias Ashmole, compõe o Ritual do Grau do Companheiro, por decisão do Grupo Central dos Rosacruzes inglêses, sendo uma continuação progressiva das doutrinas do primeiro Grau.
De um modo geral os historiadores da Ordem apontam como início da Maçonaria, tal como hoje a conhecemos, em 24 de junho de 1717 (Solstício de Verão para o hemisfério norte), quando “Quatro Lojas Londrinas” reuniram-se na “Estalagem da Macieira”, em Coven Garden, e fundaram a GRANDE LOJA DE LONDRES (Mãe de todas as futuras Lojas e Potencias Maçônicas ou Orientes) tendo como primeiro Grão-Mestre Sir Anthony Sayer.


O GRAU DO APRENDIZ


Neste grau aprende-se que a idéia de um Deus sobrenatural e pessoal é uma impostura dos sacerdotes da igreja, inventada para escravizar a humanidade. Também ensina que nenhum ser é absolutamente material, porque os dois princípios, matéria e forma, fogo e água, homem e mulher, são sempre Dois em UM. Revela que “Deus” é um ser bisexual, hermafrodita, e que a criação é a indução do ato de geração.
Saído da Câmara de Reflexão, do Útero, o Aprendiz realiza três viagens simbólicas, isto porque o Princípio Gerador é Um em sua integridade, triplo em suas manifestações, que são a causa, o meio e o efeito; o agente, o paciente e o ser engendrado; o macho, a fêmea e o produto da criação.
Torna-se claro que a maior parte dos ensinamentos contidos no Ritual do Aprendiz e seu simbolismo vêm de longas datas. Não podemos precisar com segurança de onde. Muitas das cenas que apreciamos no Ritual são bastante semelhantes àquelas que podemos ver em fragmentos de Rituais do Antigo Egito. Mas isto não quer absolutamente dizer que vieram diretamente das Tradições Egípcias. Pois estas mesmas vieram de culturas mais antigas. Mas não existe nada de certo quanto as origens dos rituais maçônicos. Tudo que poderíamos dizer torna-se pura especulação.
Muitos mações afirmam que sua ordem é herdeira das tradições do Antigo Oriente, da Samotrácia e do Egito. Encontramos em seus livros, em seus discursos, e nos manuais de seus ritos, refer6encias a Isis, Eleusis, Mithra, etc.; e por toda parte ouvimos apologias à Sublimes Mistérios. O que é tudo isto senão a apoteose do homem elevado às honras de divindade? Esta é uma promessa feita pela “Serpente” no “Paraíso Terrestre” (Eden) : “Sereis como Deuses”. Esta promessa é repetida constantemente, de maneira velada, aos Adeptos da Maçonaria: “Não existe outro Deus além de vós mesmos”, porque Deus é a Natureza, e o Grande Todo; e tudo pertence ao homem que, através de seu gênio, exerce seu império sobre a Natureza.
Existem outras referências no Ritual do Aprendiz que deveriam chamar a atenção dos Mações, principalmente daqueles que vêm na Maçonaria apenas um meio para atingir certos fins pessoais: “Elas vos lembrarão que vossa determinação deve ser inabalável e que não deveis trocar a liberdade ou a vida pela desonra, mesmo se, como os maçons nossos antepassados, vos achardes algum dia envolvido nos laços cruéis e implacáveis de uma inquisição política ou religiosa, que encarcera e, no fundo das suas masmorras ou nos seus cadafalsos, sacrifica aqueles que defendem a Liberdade ou ensinam as suas santas doutrinas. A Inquisição nunca achou um covarde ou um delator entre maçons. ELA DORME APENAS, PODENDO AINDA ACORDAR”. Que isto fique gravado na mente dos maçons que julgam que tudo está bem, que devemos ser condescendentes com nossos inimigos, que o “Amor” deve vir antes que a “Vontade”, ou do que Nossos Compromissos para com a Humanidade. Este aviso envio aos “mornos”; àqueles que ficam no alto do muro, e não se decidem para que lado tombar, porque esta posição lhes é mais “segura” e mais “agradável” para realização de seus “negócios”... isto é, eles querem agradar a gregos e troianos.


O GRAU DO COMPANHEIRO


O Aprendiz nasce, o Companheiro cresce.
A Iniciação do Grau representa a ordem normal do Deus da Natureza, sempre trabalhando, sempre engendrando.
Ensina que Deus é hermafrodita e que seu Nome sempre significou ‘DEUS DA GERAÇÃO”. Também ELOHIM possui este preciso significado, e JEHOVAH se pronuncia IH OH, que quer dizer ELE/ELA.
O Companheiro aprende que o Templo representa o Homem; que Salomão significa o Sol, Jupiter, Amon; que as Duas Colunas representam o Homem e a Mulher, sendo o princípio Gerador a Coluna Branca, o “J”, e o princípio Destruidor, aquele que exige a destruição do Germem na Matriz para atrair a reprodução e a geração, sendo a Coluna negra “B”.
O duplo princípio, macho e fêmea, criador e destruidor, luz e trevas, está representado igualmente pelo Pavimento Mosaico de quadrados negros e brancos; pelo Compasso; pelo Esquadro, símbolo da terra, e Isis, da Mulher. O produto sendo a Estrela Flamejante, com o IOD em seu centro, outra vez o princípio Gerador se perpetuando através das gerações (G).
Para conhecermos um pouco da ação da maçonaria nos grandes movimentos de libertação humana, a sua presença em todos os conflitos de idéias, e o seu papel decisivo na solução dos grandes problemas internacionais, torna-se necessário revesti-la de uma personalidade diferente, retocar-lhe os traços fisionômicos que a visão estreita de muitos lhe deforma, e pressentir-lhe o contato sutil em todos os momentos críticos da humanidade. É uma personalidade que se evola, que quase se dissolve na ânsia de colaborar sem aparecer e que o comum de seus membros não enxerga, e que portanto desconhece. Só os espíritos mais lúcidos é que possuem a sensibilidade indispensável à verdadeira interpretação dos símbolos.
Por exemplo: Existem constituições maçônicas tão tímidas e tão falhas de espírito cívico que consignam a proibição absoluta de discussões sobre assuntos políticos ou religiosos. Isto não deveria ocorrer, porquanto a Constituição da maioria dos países democráticos consideram um direito sagrado do cidadão esta discussão, ao debate franco e livre. Mas não será por isto que a Ordem estará a serviço de partidos políticos, ou grupamentos religiosos. Ela reafirma, isto sim, o propósito de estudar e impulsionar, à margem e acima de todos estes ‘grupos”, os problemas referentes à vida humana, para o fim de assegurar a paz, a justiça, e a fraternidade entre todos os homens e povos sem dependência de raça, religião ou nacionalidade.


ABRINDO ALGUNS VÉUS

Muitos afirmam que os Mistérios na posse da Maçonaria em seus mais altos escalões, é que preparam os mações com os meios práticos para a “reconstrução do Templo de Salomão” (no homem), e a descobrirem a “Palavra Perdida”: e que estes “mistérios” fornecem também ao Iniciado os práticos meios para obterem a Imortalidade nesta vida terrestre. Ora, todas estas coisas são parábolas, mas que são tomadas literalmente por muita gente.
Entretanto, estes meios práticos não são “evocações de espíritos” ou outro tipo de prática espiritual. Eles têm uma ligação com a “voz íntima” e com o “senso íntimo” do próprio estudante, e fortemente excluem e condenam qualquer tipo de práticas ditas como espirituais.
A maçonaria dedicava-se à constante investigação da Verdade, da Ci6encia e da Evolução do Homem. Era esta a intenção inicial, a promessa acalentada pelos Sábios. Esta promessa é constantemente repetida à todos os mações, muito embora a maioria deles não a querem “ver” em seus rituais.
A Iniciação ensina que o homem não é um ser inferior, pecador, incarnado neste mundo para pagar seus erros, sejam estes chamados de pecado ou karma. Que o, assim chamado, Pecado original é um véu sob o qual esconde-se uma terrível verdade, subjascente à própria origem do homem. Que o ser humano é o resultado de milhões de anos de Evolução e, portanto, o mais adaptável ao ambiente terrestre, desde o momento em que se deu a ‘união dos Filhos dos Deuses’ com “as Filhas dos
terrestres” – descrita com detalhes no Antigo Testamento (Gênesis). Que os “deuses” descritos no Antigo Testamento, os ELOHIM, errada e maliciosamente traduzido como Deus – eram seres bi-sexuais, hermafroditas, possuidores dos “segredos” ( isto é, das Leis) da natureza; possuidores de um Conhecimento e tecnologia muito além das mais ousadas de nossas fantasias, e dos quais somos herdeiros diretos por nascença, como homens, seus filhos.
À Iniciação maçônica nos ensina esta verdade, apenas os atuais mações não estão interessados em aprender a mensagem. Estão atentos para outras coisas de interêsse puramente material e pessoal. “Na realidade, é pouco provável que alguns mações compreendam o que seus “segredos” realmente significam...”
o Nome da Divindade ( Elohim), cultuada nas Lojas maçônicas, sempre teve um significado; este, a grosso modo, quer dizer “Eles, os Deuses/Deusas”. Da mesma forma IHVH (Jehovah) denota o mesmo significado, de uma maneira mais explícita. Jehovah, era originalmente uma deidade Feminina[4], estando referida à Sephira Binah, a Esfera da Mãe, e num nível mais baixo à Yesod.
As Potências Macho e Fêmea unidas em um simples Nome (IHVH), que é impronunciável, e a Palavra Silenciosa, e seus efeitos estão manifestados através vibrações sonoras. O valor numérico do Nome é 26, sendo a soma dos números das Sephiroth da Coluna Central da Árvore da Vida. IHVH também sintetiza os Quatro Elementos de Fogo, Água, Ar e Terra, nesta ordem. Estes estão energizados pelo Fogo (O Pai), e Água (A Mãe), e transmitidos através da atmosfera, o Ar (O Filho), e manifestos em Carne, (Terra) (A Filha).

“E disseram os Deuses/Deusas (Elohim, no original): façamos o homem ( Adamah) à Nossa Imagem e Semelhança, e homem/mulher o criaram”. No texto original está Zakar/Negbah (Penis/Vagina), isto é, homem/mulher.

Na Loja do Segundo Grau aprende-se que a Loja é a Casa que “abriga” o Deus da Natureza, isto é, o Homem, simbolizado pela Estrela Flamejante, o Pentagrama.
Os Sábios elegeram este símbolo com profundo significado. A disposição das pontas da estrela adquire grande importância nos trabalhos práticos de teurgia, e define a estrutura de muitos rituais. A Quatro Pontas inferiores estão referidas aos Quatro Elementos, e são relacionados às Bestas: O Leão (Fogo), ponta inferior direita; a Águia (Água. Muita gente pensa que a Águia refere-se ao Ar. Isto está errado), a ponta acima direita, o Anjo (Ar), a ponta acima esquerda; o Touro (Terra), a Ponta inferior esquerda. A Quinta Ponta refere-se ao Espírito.
Se os mações prestarem bastante atenção, verão que estes cinco pontos estão referidos no avental do Aprendiz com a abeta levantada, isto querendo dizer que o Elemento Espírito, no Aprendiz, ainda não está mergulhado no homem, isto é, ele ainda não domina os Quatro Elementos, representados pelos quatro pontos da parte inferior do avental. Facilmente o mação poderá perceber que ele mesmo pode formular este Pentagrama, ou Estrela com seu próprio corpo, colocando-se de pé, ou deitado, com as pernas e braços abertos. [5]
O pentagrama também se domina “Casa de Deus”, e tem uma estreita ligação com determinado órgão do corpo humano, sendo este representado pela letra “G”.
O mais completo símbolo de Deus, o HEXAGRAMA, CONFIRMA O DITO SOBRE A BISEXUALIDADE DA DIVINDADE. O Triângulo Superior, o símbolo do Fogo, o Poder Gerativo, o masculino, o Phallus. O Triângulo Inferior, o Símbolo da Água, o Poder Plasmador, o feminino, o Kteis. A União dos dois (ou mais claro, a cópula), a Estrela de Seis Raios, o Símbolo de David. A cópula dá início à Geração, as vezes este “G” é substituído pelo YOD (I), inserido em meio ao pentagrama. O YOD, além de representar o Phallus, é a letra hebraica da qual todas as outras se derivam. Por outro lado o YOD tem a forma estilizada do Espermatozoide.
No Hexagrama estão os símbolos de todos os Elementos.
Na Maçonaria Esotérica o “G”, assim é dito, é a inicial da palavra GOD, GEOMETRIA e GERAÇÃO . Sugiro aos mações a consultarem os manuais da Ordem, principalmente aquele do Aprendiz e do Companheiro.[6]
Todo simbolismo, introduzido por Elias Ashmole, e outros, foi tomado de uma Ciência muito antiga. E esta Ciência é que é antiga, não a Maçonaria, como atualmente conhecida, ou qualquer outra ordem dita secreta.
Esta Ciência chegou até nós bastante deturpada, malgrado os esforços quase sobre-humanos de uma “elite” a qual denominamos “Mestres” ou “Adeptos”. Hoje, a Maçonaria é tão somente um eco muito fraco desta Ciência sem seu sentido prático. Tornou-se uma ordem manipulada (com exceção de pouquíssimas Lojas) pela Grande Feitiçaria, agindo por intermédio de seus agentes: padres, políticos corruptos, financistas, etc.
Para termos uma pálida idéia da profundidade desta manipulação sobre a maçonaria e várias outras ordens, existem dois exemplos cruciais: o famoso grau Rosa-Cruz (Grau 18) – que nada tem de Rosa Cruz – e a situação da mulher perante a ordem.
Inicialmente, o Grau Rosa Cruz era o ponto focal de todo desenvolvimento maçônico. Mostrava ao iniciado como a humanidade encontrava-se escravizada pelos poderes da Fraude. Hoje nada disso sobreviveu à constante e progressiva invasão da ordem pelos agentes da Fraude. O grau tornou-se simples verborréia. Uma grosseira deturpação do Rito do Deus Sacrificado, devido as inúmeras manipulações introduzidas por “mãos hábeis”. O Ritual original comparado com o atual daria melhor condição de julgamento do que aqui é dito. Infelizmente este Ritual original desapareceu, existindo somente em algumas bibliotecas particulares ou naquela (secreta) do Vaticano.
Embora as mulheres tenham contribuído de maneira bastante ampla para a propagação da Verdade; embora muitas delas tenham sofrido o martírio em virtude de seus conhecimentos e ações muito mais corajosas daquelas de muitos homens (veja-se o caso de Joanna D’Arc, Blavatsky, Dion Fortune, Anna Kingsford, e outras mais) – todas chamadas de “feiticeiras” – a Maçonaria (machista) não manteve o original princípio da igualdade fundamental de todos os seres humanos; simplesmente virou as costas para as mulheres, acompanhando o preconceito advindo da Igreja de Roma. E tal qual esta Igreja ( e outras congêneres, herdeiras do Sistema Patriarcal) maldiz a mulher como a responsável pela “queda” do Homem, vendo-a como a via de corrupção – a aliada do Diabo”.
Saibam que durante o Sínodo de Macon, no Século VI, dicutiu-se longamente para “saber” se se devia considerar a mulher como um ser humano e reconhecer-lhe a alma”. Inacreditável? mais é verdade.
A maioria das Potências Maçônicas veda a entrada da mulher, do aleijado e do escravo. Esquecendo-se que hoje em dia não existem mais escravos (em certo sentido, é claro) e que muitos aleijados são bem mais produtivos que homens normais. E que nunca poderia igualar a mulher à condição de escravo e de aleijado.
A maçonaria seguiu o exemplo deste Sínodo de Macon, impedindo a entrada da mulher em suas Lojas.
Muitos sacerdotes (imbecis por um lado, e espertos por outro, ou talvez pederastas), afirmam que a mulher é um homem incompleto, verdadeiro animal desprovido de razão. A igreja de Roma considerou a mãe um receptáculo, um reservatório, um canal. transformou-a num monstro fisiológico, pois sendo estúpida gerava dentro de si seres inteligentes. Repare que Maria não menstrua, não tem seios, não teve orgasmo e pariu virgem. Esta é a concepção da igreja que se diz representante do CRISTO na terra.
Quantos e quantos símbolos maçônicos estão distorcidos, e seus autênticos significados perdidos, talvez para sempre? Quem sabe?
Seguramente muito tempo passará até que possamos sintonizar corretamente os símbolos que guardam as verdades sobre as origens do Universo, e sobre as nossas.
Que seria, inicialmente, a idéia do Templo Terrestre a não ser um reflexo do celeste? vemos o Rei David incentivando seu Filho SALOMÃO a edificar a “Casa Celeste” na Terra à semelhança da “Celeste”. O Templo sendo concebido como uma moradia, e admitindo-se a eventualidade de “abrigar Deus” quando Ele “viesse à Terra”. Agora, seriamente pergunto: “por acaso Deus ( O Supremo Arquiteto do Universo, o Ilimitado, o Inominável, o Sem Forma, etc) precisa de uma “casa” para se abrigar? Será que os mações realmente acreditam nisso? Será que estamos falando do mesmo Deus?. A mim parece que não!" A mim parece que toda arquitetura templária, ou maçônica, era uma simples maneira de juntar, em uma estrutura magnífica, símbolos de um Conhecimento Perdido, ou, quem sabe?, uma simples IMITAÇÃO de algo visto alhures, mas não compreendido até hoje. “Quando será que os mações irão compreender que a ‘Loja’ é um símbolo do corpo humano, assim como todo templo? Ou que o Espírito Santo é o Poder Criador no Homem? Que toda maçonaria é uma parábola ligada aos vários processos ‘vitais’ existentes no Homem? Será que eles podem me responder o motivo pelo qual, no famoso Templo de Salomão, os operários (pedreiros) trabalhavam sem fazer qualquer ruído? Como isto é possível?
A resposta mais lógica é que esses “operários´´ simbolizam as células que constróem tecidos e órgãos no corpo humano e que, evidentemente, a Loja representa o corpo do homem.
Mas existe uma teoria, muito mais fantástica, sobre a “Casa de Deus”.
“da mesma forma que os selvagens de uma região da Indonésia constróem aviões de bambu e palha, adorando-os como se fossem ‘deuses’—uma lembrança dos dias da Segunda Guerra Mundial, quando os aliados construíram bases aéreas naquela parte do mundo para utilização de sues aviões – talvez nós estejamos fazendo o mesmo. Não será necessário dizer que os selvagens muito se beneficiaram com alimentos, roupas e remédios durante a guerra, vindos do “céu em carruagens aladas”. Será que os mações já se deram o trabalho de analisar as esguias ( aerodinâmicas) formas das catedrais góticas? Ou, por acaso, já meditaram o que poderia representar a Arca de Noé ou a Arca da Aliança? Esta última muito se assemelha ao que hoje chamamos de acumulador elétrico. E não há eletricista que não reconheça, na descrição bíblica, instruções detalhadas para se construir um verdadeiro acumulador elétrico. Agora, pergunto: para que Deus ordenaria a Moisés construir um acumulador elétrico?
Claro, isto parece ficção científica. Mas não custa nada dar uma verificada.
Existem interpretações e Interpretações. Onde está a verdade?
Por que tanto mistério? Será que as pessoas avaliam o porque disto? cabe aos mações responderem ... se é que ainda possuam as chaves.
Muitos dirão que o aqui dito não passa de fantasia, ficção, loucura, etc. Eis aí uma reação bastante natural e compreensiva. O despertar é sempre desagradável para o dorminhoco e sonhador.
Certa vez meu Instrutor escreveu um livro. Não volumoso. Mas cheio de verdades um tanto desagradáveis aos “donos do mundo”. Um dos exemplares foi, como é o usual, para a Biblioteca Nacional. Há pouco tempo, eu fui à Biblioteca acompanhando um amigo que queria tirar uma cópia do livro. Muito embora o título constasse no catálogo geral, não foi possível encontrar o exemplar. Fomos informados que havia ‘sumido”.
Provas da ação da Grande Fraude estampam-se, a cada momento, em nossas vidas diárias. Apenas nós não as queremos “ver”.
Infelizmente, o espírito humano é constituído de tal maneira que surgiram desrespeitadores à Grande Irmandade. E esses “forçaram” o caminho esotérico em benefício próprio.
Por isto as Reais Escolas de Iniciação ocultam-se em locais impenetráveis ao homem comum, aguardando aqueles verdadeiramente dignos de receberem seus Ensinamentos. ”É necessário que o mecanismo deste ensino seja operado por pessoas qualificadas, dotadas da força e energia exigidas.”
E acima de tudo lembrem-se do dito no Ritual do Aprendiz. “A Inquisição dorme apenas, podendo ainda acordar.”



































[1] - Isto pode ter sido em tempos recuados. Não agora!
[2] É provável existir algum significado Esotérico no termo. Pedreiro é aquele que constrói, aquele que trabalha com massa e pedra bruta, e com este material ergue templos, palácios, casas, etc. Ou melhor dito, aquele que transforma material bruto em verdadeiras obras de arte.
[3] - O Rsacrucionismo é o produto de um racionalismo originário de aspirações religiosas e políticas, mascarado com o ocultismo da época onde seu idealizador procura, primeiramente, atrair seus leitores e interessados para mistérios, enigmas e segredos ocultos, para depois então, paulatina, carismática e engenhosamente, os ir levando de regresso à religião do seu magistério. Para que o leitor não fique confuso necessitamos de uma explicação: não podemos confundir “ordens rosacruzes”, ou “rosacrucionismo” com a ROSA CRUZ. As primeiras são verdadeira armações com o simples propósito de angariar adeptos e, através destes, acumular poder político e financeiro, tal qual a maioria das seitas protestantes de hoje – os chamados “crentes”, diga-se de passagem, nem sabem no que crêem. A Segunda é uma FÓRMULA INICIÁTICA , somente conhecida das Reais Ordens, muito embora esta FÓRMULA não seja um segredo (pois é enunciada abertamente), e nem um mistério (pois é uma Lei da Natureza). A Iniciação nestas Reais Ordens (as quais não são denominadas Rosa Cruzes, por motivos óbvios) são realizadas em “planos” internos. Estas ordens, usando a Fórmula da Rosa Cruz ( das quais a Maçonaria fazia parte em certa época ), não possuem Lojas, ou Capítulos, ou Sedes que possam ser localizadas em qualquer lugar do mundo. O ocorrido com Elias Eshmole foi que ele “engoliu sapos”. Não havia outra alternativa. Porém, em certo sentido, isto constituiu um grande erro, e o resultado temos diante de nossos olhos.
[4] - Jehovah é uma divindade ligada à Corrente Lunar.
[5] - No Sinal do “Bom Pastor” também vemos esta figura.
[6] - Os livros de Jorge Adoun oferecem uma boa introdução à estes “mistérios” – principalmente “DO SEXO À DIVINDADE”. Mas devem ser complementados por outros, tais como os de Ragon (desenvolvendo um outro aspectp do assunto), Papus, Eliphas levi, Manly P. Hall e, certamente, CARTA A UM MAÇÃO, de Marcelo Ramos Motta. “The Canon” (“Uma Exposição dos Mistérios Pagãos”, Perpetuados na Qabalah como a regra de todas as Artes.). Infelizmente este livro ainda não foi traduzido para o Português. É um dos livros que deveria ser estudado por mações de todos os graus. Assim, eles obteriam muitas “chaves” dos ensinamentos contidos na Ordem.

Um comentário:

Leonardo disse...

Euclides:

Sou leitor dos seus artigos, os acho muito elucidativos.

Sua sinceridade é algo que se destaca no texto, pelo menos é essa minha opinião.

Um abraço.