P A R A N Ó I A ?*

(Uma Interessante Questão)


Por Euclydes Lacerda de Almeida







*Durante muito anos, o Sr. Marcelo Ramos Motta foi acusado, pelos membros do Caliphado, como sendo um paranóico. Neste texto demonstro que nem sempre existe paranóia em nosso discurso.






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á alguns anos, os jornais do mundo inteiro notificaram um escândalo envolvendo o Vaticano, a Máfia, a C.I.A., a K.V.D., o Banco Ambrosiano, a Maçonaria e a Ordem dos Cavaleiros de Malta. Inseridos neste escândalo também apareciam os nomes de pessoas de destaque no mundo financeiro e político: Licio Gelli, Roberto Calvi, Michael Sidona, Arcebispo Pauk Marcinkus, e outros que aparecerão no decorrer do texto.
No ano de 1982 (precisamente no dia 18 de junho) o Sr. Roberto Calvi foi encontrado enforcado na Ponte de Blackfriars (Londres). O corpo inerte estava coberto pela maré. Como todos devem saber, Roberto Calvi, era mação e pertencia a alto grau dentro da Ordem. Como é atualmente do conhecimento público, existe na Maçonaria um sério Juramento que se o mação, em qualquer época, trair a Ordem ou a seus Irmãos, ele será “perseguido e enforcado onde a maré cobrirá seu corpo.” Alguns mações dizem que esta morte é apenas ritualística não devendo, portanto, ser tomada literalmente.
Na verdade, ao povo em geral, pareceu perfeitamente claro que Alberto Calvi teria sido morto pelos mações, ou por pessoas desejando que acreditássemos nisto.
Ao tempo de sua morte, Calvi, havia saído, apressadamente, da Itália onde era acusado de vários fraudes.
Em 1970, Gelli e seus companheiros da Ordem de malta, Michael (O Tubarão) Sidona, assumiram controle das finanças do Vaticano com a conivência do Bispo Paul (O Gorila) Marcinkus (o apelido “Gorila” refere-se à sua anatomia. Marcinkus servira de guarda-costas de dois Papas). Pual foi gerente do Banco do Vaticano e fundou, nas Bahamas, outro banco, chamado Banco Cisalpine, o qual ele gerenciou juntamente com o falecido Roberto Calvi. Como presidente do Banco Ambrosiano, este “mação”, fora um dos principais administradores das transações financeiras do Vaticano, devido a simbiose entre o Banco Ambrosiano e o Banco do Vaticano (I.O.R.); suas manobras e fraudes colocou o Vaticano num débito de centenas de milhões de dólares.
Clara Calvi, esposa de Roberto Calvi, constantemente afirmava que “altos mandatários do Vaticano” ordenaram o assassinato de seu marido. Porém, esta afirmativa foi amplamente refutada por Stephen Knight, jornalista inglês, escrevendo no “The Brotherhood” (A Irmandade) que Calvi, certamente, fora morto por seus “irmãos mações” da famosa Loja P.2 (Propaganda Due). Como todo mação sabe, a Loja P.2 não era realmente uma Loja Maçônica legítima e regular, mas positivamente uma das muitas arapucas criadas e financiadas pela Igreja de Roma, para enganar incautos. Igualzinho à várias “ordens iniciáticas” existentes por este “mundo de Deus.”
Resumindo:
O assassinato desse “mação banqueiro” não foi, até hoje, devidamente esclarecida.

A Loja P.2 (a qual pertencia Roberto Calvi) tendo sido amplamente investigada por magistrados italianos, foi acusada de vários fraudes financeiros: de lavar dinheiro da Máfia, de infiltrar inúmeros agentes no governo italiano, e de conspirar para instalar um governo fascista na Itália através de um golpe de estado. Existem, também, claras evidências que da Loja P.2 saía o financiamento de regimes ditatoriais na América Latina, e auxílio à fuga de vários criminosos nazistas, incluindo o notório Klaus Barbie. Estes criminosos eram mantidos com fundos do Banco.
Era Mestre da Loja P.2 o Sr. Licio Gelli, tido também como alto membro do Grande oriente da Maçonaria Egípcia (informação que duvidamos ser verdadeira). Este senhor – sabe-se agora – não era somente Mestre da Loja P.2, mas também agente da C.I.A., da K.G.B. e, mais ainda, membro da Ordem dos Cavaleiros de Malta.
Esta Ordem (Cavaleiros de Malta), inicialmente chamada Hospitalários de São João de Jerusalém, foi criada em 1104 pelo beato Gerardo de Marrique, para recolher, servir e sustentar os peregrinos que viajavam à “Terra Santa”. Em 1521, Carlos V lhes deu a Ilha de Malta, onde se instalaram e passaram a ser conhecidos como Cavaleiros de Malta. É uma das mais secretas ordens ligada ao Vaticano.
Sendo membro da Ordem de Malta, Cilio Gelli, mantinha fraternais elos com Willian Casey, Chefe da C.I.A., também Cavaleiro de Malta, e com o General Alexander Haig, outro membro da Ordem e consultor do presidente Nixon e, posteriormente, Secretários de Estado sob a gestão do presidente Ronald Reagan. Isto explica porque um dos colegas de Gelli nas fraudes bancárias, Micahel Sidona, foi convidado especial de Nixon na Casa branca, e porque também o próprio Gelli.
Toda esta teia de ligações por detrás dos bastidores, isto é, Cavaleiros de Malta, Licio Gelli, Willian Casey, C.I.A., General Haig, Roberto Calvi, Vaticano, K.G.B., etc., etc., está amplamente discutida (com maiores detalhes) no livro de Gordon Thomas, “The Year of Armaggedon.”
Segundo Thomas, o Papa Paulo VI, teria em Roma, encontros semanais com agentes da CIA, e usava os Cavaleiros de Malta como mensageiros de secretas comunicações com o Quartel General da CIA, em Alexandria, Virginia.
A morte em 29.09.78, por um “ataque cardíaco” (ou envenenamento) do Papa João Paulo I, 33 dias após sua eleição como “Santo Padre”, provavelmente porque queria esclarecer o escândalo havido no Banco Ambrosiano relativo aos investimentos fraudulentos efetuados pelo banqueiro Michael Sidona, que envolveu o Vaticano no maior escândalo da época. A morte do Papa permaneceu incógnita porque o Vaticano não permitiu esclarecer as suas causas reais, alegando que, de acordo com a tradição, ia contra os princípios cristãos fazer a autópsia do Papa morto. Que informações pretendia revelar o “Santo Padre”? A quem resultava perigosos esses dados e documentos. As mesma causas motivaram o assassinato de Kennedy; onde também encontramos envolvidas a CIA, A Máfia, a KGB, etc.
Do acima exposto vemos, claramente, que temos sido, todos nós, largamente governados política, social e religiosamente por grupos financistas, ordens secretas e charlatões. Digo nós porque, evidentemente, o Brasil não está fora do esquema. Muito pelo contrário...
Embrenhar-se no assunto requer tempo e uma consciência desligada dos diversos condicionamentos aos quais fomos atrelados durante séculos.
Houve tempo em que a Ordem de Malta era conhecida como “Cavaleiros de Rhodes”. Entretanto, seu verdadeiro nome é “Soberana e Militar Ordem da Malta” (abreviadamente SMOM).
Segundo outros investigadores e escritores, especialmente mações, SMOM é a polícia secreta do Vaticano juntamente com os Jesuítas; e seus membros são jurados tudo fazer no sentido de destruir o Protestantismo, o Liberalismo, a Democracia, a Maçonaria, e tudo mais que venha por em risco a “Omnipotência Papal” nos últimos 400 anos.
Em sua pesquisas sobre a P.2, Robert A. Wilson ficou abismado pelo paradoxal fato de que Roberto Calvi – o banqueiro encontrado enforcado em Londres – era membro da Ordem dos Cavaleiros de Malta.
Ora, todo mação pertencente ao Grau 33 jura solenemente opor-se aos Cavaleiros de Malta, e a todos outros agentes da tirania e da superstição.
Espero que todos tenham percebido, a estas alturas, este intrigante mistério: como podia ser este “banqueiro de deus” ser um Cavaleiro de Malta e um Mação, jurado de combater os Cavaleiros de Malta, ao mesmo temo? Como podiam também conviver, lado a lado, agentes da CIA, da KGB e do Vaticano? Esta é uma promiscuidade para a qual chamo atenção de todos que me lêem.
Além de Roberto Calvi, podemos apontar, como membro da SMOM,em tempos recentes, as seguinte pessoas:

Franz von Papen – o homem que convenceu o presidente von Hindenburg a resignar a apontar Adof Hitler como Chanceler da Alemanha;
General Reinhard Gehlen, Chefe do Serviço Secreto de Hitler, que mais tarde tornou-se diretor da Seção de Penetração da URSS;
General Alexander Haig, possuidor de grande influência nas administrações Nixon e Reagan. O General Haig foi aquele que denunciou haver forças “diabólicas” criando evidência contra Nixon;
Alexandre de Herenches, antigo Chefe do Serviço de Inteligência Francês;
Willian F. Buckley Jr., porta voz da facção “bombas e Jesús” do Catolicismo Romano;
Clare Booth Luce, esposa do fundador da Time/Life, durante muito tempo inimigo do New Deal, mais tarde embaixador dos USA para o Vaticano;
Humberto Ortoloni, rico fascista italiano, membro da P.2 e fundador de grupos secretos da direita na América Latina. Associado a Roberto Calvi – e do Bispo Paul (O Gorila) Marcinkus, gerente do Banco do Vaticano, e Michael (O Tubarão) Sindona, presidente do notório Franklin National Bank
E muito outros. Eis aí uma turma da pesada...
Existe um pequeno traço, que parece ligar uma das ordens thelemitas à esta mistura de pessoas, vindas de vários ramos da política, da religião e da sociedade mundial; algumas das quais acirradas inimigas.
Antes, entretanto, de desenvolver um assunto tão delicado para nós, pçenso que devo desenvolver o tema Priorato de Sião, para que tenhamos uma idéia, embora rápida, do que se trata.
O mistério do Priorato de Sião tem sido exaustivamente discutido em dois livros: “O Santo Graal e a Linhagem Sagrada” e “A Herança Messiânica”, ambos de Michael Baigent, Richard Leighj e Henry Lincoln. Aqueles que desejarem maiores detalhes indico a leitura desses dois livros.
Ao que tudo indica, o Priorato do Sião era o Poder existente por detrás dos Cavaleiros Templários, ou melhor, da Ordem dos Cavaleiros do Templo de Salomão. A confirmação da existência desta Ordem (Priorato) – uma Ordem por detrás dos Templários e dos Cistercienses – torna-se mais e mais contundente.
O Priorato de Sião ou Monastério do Sinai (outro nome pelo qual esta ordem secreta também é conhecida) já foi, há alguns anos atrás discutida por Gerard de Sede. Seu trabalho de pesquisa data de 1962, e foi escrito de forma breve e enigmática. Mas, a primeira indicação da existência da Ordem encontra-se nos “Dossiers Sedrets”.
No alto da página do “Dossiers Secrets”, onde encontramos esta indicação, existe uma anotação de René Grousset, considerado o mais profundo historiador das Cruzadas. À anotação de Grousset segue-se uma alusão ao misterioso Monastério do Sinai – ou Ordem do Sinai, como era chamado o Priorato na época.
Em resumo: os Templários estavam sob o comando direto do Priorato de Sião; a Ordem tendo sido dirigida por Grão-Mestres, cujos nomes se encontra, entre os mais ilustres personagens da História. Muito embora os Templários tenham sido perseguidos e, em parte, destruídos, o Priorato permanece intocável por séculos; a Ordem existe e funciona ainda hoje. “Não só influencia como desempenha um papel importantíssimo em assuntos internacionais.
O objetivo confesso da Ordem requer um estudo mais apurado, como também uma mente bastante aberta para assuntos um tanto quanto considerados extremamente heréticos. Mas podemos dizer que o objetivo é a restauração da dinastia e da linhagem Merovingia no trono não só de França, como também de outras nações européias. Embora deposta no Séc.VIII, praticamente assassinada pelos lacaios da Igreja de Roma, essa linhagem não se extinguiu, sendo perpetuada em linha direta desde Dagoberto II e de seu filho Sigisbert IV.
Evidentemente, pode-se perguntar o porque deste objetivo. Porque, segundo as tradições, a Dinastia Merovíngia descenderia da “Casa de David”. E este seria o grande segredo guardado pelos Templários e, posteriormente, pelos Cátaros; e por isto perseguidos e aniquilados (nem todos) pela Igreja de Roma, evidentemente.
Em “A Vagina de Nuit”, Robert Wilson, faz referências à Igreja de Maria Magdalena, situada em Renne-Le-Chateau, construída pelo padre Sauniere (o assunto, evidentemente também está ligado ao Priorato de Sião). Este padre, ao que tudo indica, também era membro de “Hermetic Brotherhood of Light”, em Paris. Esta era uma Ordem secreta da qual foram membros ativos, a seu tempo, Claude Debussy (Grão Metre do Priorato de Sião, no período de 1885 a 1918), Gerard Encause (Papus) e Aleister Crowley.
Gerard Encause, sob o moto de Papus, escreveu o mais conhecido livro sobre o Taro, e esteve intimamente ligado a Rapustin na Rússia, antes da revolução Marxista. Crowley era o Cabeça Externa e Rei da Grã-Bretanha para a Ordem Templi Orientis (outra Ordem Secreta, alegadamente originária de uma Ordem Sufi e dos Cavaleiros do Templo).
Segundo Francis King em “Satanistas e a Swastika”, o Cabeça Externa da Ordem, antes de Crowley, Theodor Reuss, também era membro do Serviço de Inteligência Germânico, com a missão de espionar a filha de Karl Max.
Seria bastante interessante, que eventuais leitores deste trabalho, dessem um “passeio” mais longo nesses assuntos e tentassem colocar todos estes dados juntos com a genealogia Merovíngia. As conclusões, penso, seriam profundamente chocantes. E, para católicos romanos, um verdadeiro desastre, pois abalariam as bases de sua Igreja, suas crenças e dogmas.
Porém esta minha síntese não estaria completa se eu não falasse também a respeito dos “Cavaleiros de Colombo” (Columbus Knigth). Muito embora estes “Cavaleiros” usem o bom nome do grande templário genovês, não podemos nos iludir quanto a missão deles: a Ordem dos Cavaleiros de Colombo busca reunir todos os elementos e todas as forças clericais para combater o Protestantismo, o Judaísmo e a Maçonaria. Sob o engodo de uma constituição liberal, agremiam-se estes elementos e pregam a supremacia da Igreja de Roma sobre o Estado.
É claro que os Jesuítas e seus aliados, impressionados com o progresso e desenvolvimento da Maçonaria nos Estados Unidos da América, e em outros países, e assombrados com o crescente número de seus membros, buscam fanatizar os meios católicos e neles organizaram os Cavaleiros de Colombo, uma sociedade secreta, para combater pelo Papa e pela Igreja de Roma, para contrastar a propaganda, pelo igualdade e pela fraternidade feita pelos mações.
Para se ter uma idéia do que seja a Ordem dos Cavaleiros de Colombo, esta tenebrosa associação, basta transcrever aqui o “Juramento” a que têm que se sujeitar o iniciando, tal como publicado no Boletim da National Patriotic Alliance.

Juramento:

“Eu...., na presença de Deus Onipotente, da Bemaventurada Virgem Maria, do bemaventurado São João Batista, dos Santos Apóstolos São Pedro e São Paulo, de todos os santos das sagradas Hostes do Céu, e a Ti, Meu Pai Espiritual, Superior Geral da Companhia de Jesus, fundada pro S. Ignácio de Loyola no Pontificado de Paulo III e continuada até hoje, pelo Ventre da Virgem Maria, Mãe de Deus, e por Jesus Cristo, dclaro e juro que sua Santidade, o Papa, é o Vigário de Cristo e único e verdadeiro chefe da Igreja Católica ou Universal em toda Terra.”
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“Declaro mais e prometo que não terei opinião e vontade próprias, nem reserva mental alguma, senão que, como cadáver, obedecerei incondicionalmente a cada uma das ordens que receba de meus superiores da milícia do Papa e de Jesus Cristo.”
“Que irei a qualquer parte do mundo onde se me envie, às regiões frias do Norte, aos espessos montes da Índia, aos centros da civilização, ou às silvestres cabanas dos bárbaros selvagem da América, sem murmuração ou queixa; serei submisso a tudo que me seja ordenado. Prometo e declaro que farei quando se me apresente oportunidade, guerra sem quartel, secreta ou abertamente contra todos os hereges, Protestantes e Mações tal como se me ordene fazer; extirpá-los-ei da face da Terra; que não levarei em conta idade, sexo ou condição; que enforcarei, queimarei, destruirei, envenenarei, cegarei, estrangularei e enterrarei vivos esses infames hereges; abrirei o ventre de suas esposas e baterei com a cabeça de seus filhos nas paredes a fim de aniquilar essa execranda raça.”
Que quando não possa fazer isto abertamente, empregarei secretamente a taça de veneno, a estrangulação, o aço do punhal, a bala de chumbo, sem ter em consideração a honra, a classe, a dignidade ou autoridades das pessoas, quaisquer que sejam suas condições na vida pública ou privada, tal como me tenha sido ordenado em qualquer tempo pelos agentes do Papa, ou pelo Superior da Irmandade do Santo Padre, da Companhia de Jesús...”


E assim prossegue o Juramento diante da imagem da “Virgem Maria”.

E ainda dizem que não existem conspirações contra todos nós... e que todos que pensam como Marcelo Motta são paranóicos.